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Mário Monteiro

Casais trocam fotos íntimas pelo celular para apimentar a relação

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Casais trocam fotos íntimas pelo celular para apimentar a relação

'Sexting' se popularizou entre casais jovens, mas exige cautela.

Especialistas recomendam ter um vínculo e controlar a impetuosidade.

 

Amanda Demetrio Do G1, em São Paulo

 

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Claudia*, de 26 anos, simula mensagem que costumava enviar ao ex-namorado (Foto: Guilherme Tosetto/G1)

 

O que começou como uma simples brincadeira de casal evoluiu para o envio de fotos sensuais pelo smartphone. “Eu sempre brinco muito quando eu falo e mandei uma provocação. Ele respondeu e a provocação acabou virando descrição. No final, estávamos enviando fotos íntimas”, lembra a gráfica Cláudia*, de 26 anos.

 

O novo hábito usado pelos casais para apimentar as relações, caracterizado pelo envio de fotos e mensagens sensuais pelo celular, ganhou o nome de sexting e tem se tornado popular. Uma pesquisa divulgada em abril e conduzida no Reino Unido mostrou que quase metade dos 2 mil adultos entrevistados já haviam praticado o sexting com seus parceiros.

 

Para evitar problemas de exposição, os praticantes do 'sexting' adotam algumas regras como enviar somente fotos de partes do corpo e não exibir tatuagens ou imagens do local onde a foto foi tirada para evitar a identificação do autor da imagem.

 

“É uma ousadia, um tipo de transgressão, então é algo saudável. É claro que, dentro de um casal que já tem intimidade, é mais interessante”, explica Amaury Mendes Júnior, médico ginecologista, sexólogo e professor UFRJ. “É uma moda, um fenômeno social que vai se alastrando.”

 

Para Celso Marzano, urologista e sexólogo autor do livro “O Prazer Secreto”, o novo hábito faz parte de uma série de maneirismos sexuais, as expressões corporais da sexualidade. “Faz parte de uma forma de contato entre os jovens, um grupo de movimentos corporais para mostrar sensualidade e erotização”, explica.

 

Leonardo*, de 19 anos, conta que a troca de fotos íntimas é super comum entre alguns grupos de amigos gays. O jovem, que trabalha com mídias sociais, lembra que uma vez, trocando fotos, encontrou um cara com uma tatuagem parecida com a sua. Acabaram ficando amigos.

 

Cuidados a serem tomados no sexting

 

Prefira enviar as fotos para pessoas com quem você já tem um vínculo, para não pular etapas da relação

 

O vínculo também é importante para evitar a ligação com pessoas com psicopatias sexuais, como compulsivos e pedófilos

 

Na hora de fazer a foto, evite mostrar seu rosto ou outras características do seu corpo que mostrem quem você é. Não coloque imagens de sua tatuagem, por exemplo

 

Evite colocar na imagem elementos que indiquem a sua localização geográfica

 

Se você ainda é adolescente, converse com seus pais sobre o assunto e procure saber como pode se proteger

 

Ressalvas

Os dois médicos consultados pelo G1 concordam que se trata de um hábito saudável, mas fazem uma série de ressalvas.

 

A primeira delas, diz Mendes Júnior, é que é importante evitar enviar as fotos íntimas para alguém com quem ainda não se tem uma ligação forte. Segundo o médico, a conduta sexual normal inclui desejo, excitação e orgasmo, mas, às vezes, ao fazer o sexting, a pessoa pode acabar colocando a excitação na frente do desejo. “O desejo é muito importante, é uma fase afetiva, em que você lida com seus sonhos, pretensões e idealizações.”

 

O médico conta que é preciso haver uma construção do desejo, para evitar uma série de arrependimentos que cerca o sexo atualmente.

 

Para Cláudia, não houve arrependimentos, já que a brincadeira veio no meio de uma relação em que já havia um vínculo. “Era parte do nosso relacionamento. Era legal, mas não era tão sensacional assim”, lembra a gráfica. “Não é nada tão planejado.”

 

Leonardo também diz que também só envia fotos depois de conversar bastante com a pessoa antes. “Eu tenho critérios para escolher para quem envio as imagens”, conta.

 

Outra vantagem de já se ter um vínculo com a pessoa é prevenir a exposição a quem queira se aproveitar. “Existem pessoas com psicopatias sexuais que podem se aproveitar disso, como os compulsivos e os pedófilos”, explica Marzano.

 

Na hora de fazer a foto, é importante evitar mostrar a localização onde ela foi tirada e não colocar na imagem algo que mostre que aquilo foi feito num determinado local, explica Marzano. Segundo ele, também é importante cuidar para que ninguém seja identificado na foto, escondendo inclusive “marcas” do corpo.

 

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Ao enviar fotos, Claudia* tomava cuidado para não mostrar tatuagens (Foto: Guilherme Tosetto/G1)

 

Cláudia contou ao G1 que, ao enviar fotos íntimas ao ex, sempre tomava cuidado para que não fosse com a imagem algo que pudesse ser usado contra ela no futuro. “Eu escondia minhas tatuagens, por exemplo, e nunca tive problemas”, conta. Ela também buscava apimentar a relação enviando imagens de suas roupas íntimas. Leonardo também diz que toma cuidados parecidos.

 

Marzano recomenda que os adolescentes interessados em fazer algo do tipo conversem com seus pais e tentem arranjar as melhores maneiras de se autopreservar. “É importante não ir direto no ímpeto da curiosidade e acreditar que todas as pessoas são boas”, explica.

 

Popularização

O hábito ganha força no país porque, segundo Marzano, tudo que é ligado à sexualidade se torna popular, muito pela curiosidade das pessoas. “É uma forma de conquista, expressão corporal. As pessoas curtem muito expressar a sua sexualidade”, explica.

 

Segundo ele, a tendência é que o sexting cresça no Brasil, até o momento que a prática esteja muito associada à vulgaridade e à ---ografia. “Quando chega nesse ponto, as pessoas se afastam espontaneamente”, explica. O médico também alerta que casos de assédio e agressão sexual também podem fazer com que as pessoas se assustem com a prática.

 

Para o médico Amaury Mendes Júnior, trata-se de um comportamento que se enquadra bastante no contexto atual dos jovens. “É um comportamento de atualidade, em que os adolescentes se tornam mais velhos e custam para sair de casa e enfrentar as situações”, explica. Segundo ele, há pouca maturidade emocional e uma dependência extrema.

 

*Os nomes dos entrevistados foram omitidos na reportagem a pedido deles.

 

Fonte: G1

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