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Mário Monteiro

Vírus Stuxnet infecta computadores de funcionários de usina nuclear no

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Supervírus de computador ataca infraestrutura iraniana

Jonathan Fildes

Repórter de Tecnologia da BBC News

 

Um tipo de vírus de computador, dos mais sofisticados já detectados, pode ter como alvo infraestrutura iraniana de "alto valor", segundo especialistas ouvidos pela BBC.

 

A complexidade do malware Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum governo nacional, de acordo com alguns analistas.

 

Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar infraestruturas reais, como usinas hidroelétricas e fábricas.

 

Um pesquisa da Symantec, empresa americana de segurança informática, sugere que quase 60% de todas as infecções mundiais ocorrem no Irã.

 

"O fato de que vemos mais infecções no Irã do que em qualquer outro lugar do mundo nos faz pensar que o país era alvo", diz Liam O'Murchu, da Symantec.

 

O Stuxnet foi detectado por uma empresa de segurança de Belarus em junho, embora esteja circulando desde 2009 e vem sendo intensivamente estudado desde então.

 

Máquinas

 

O Stuxnet, ao contrário da maioria de viroses, não está conectado com a internet. Ele infecta máquinas Windows por meio de portas USB e pen drives usados para transportar arquivos.

 

Uma vez que infecta uma máquina da intranet, a rede interna, da empresa, o vírus busca uma configuração específica de um software para controle industrial feito pela Siemens.

 

O Stuxnet passa então a dar à máquina novas instruções "desligando motores, mexendo no monitoramento de temperaturas, desligando refrigeradores, por exemplo", diz O'Murchu.

 

"Nunca vimos este tipo de ataque antes", diz ele.

 

Se não encontra a configuração específica, o vírus permanece inofensivo.

 

‘Nação-Estado’

 

O Stuxnet impressiona pela complexidade do código usado e por usar muitas técnicas diferentes.

 

"Ele apresenta muitas tecnologias que não conhecemos", disse O'Murchu, que cita as formas de se manter escondido em pen drives e os métodos de infecção.

 

"É um projeto enorme, muito bem planejado e financiado", diz ele.

 

Sua análise é similar a de outros especialistas.

 

"Com as provas que temos, é evidente e provável que o Stuxnet seja uma arma de sabotagem direcionada, que contou com informações de membros da indústria", disse o especialista em Tecnologia da Informação industrial Ralph Langner em artigo publicado na internet.

 

"Não se trata de um hacker trabalhando no porão da casa dos pais. Ele tem uma quantidade incrível de códigos apenas para infectar outras máquinas", diz ele.

 

"Para mim, os recursos necessários para realizar um ataque destes apontam para um governo", diz ele.

 

Usina nuclear

 

Langner sugeriu que o Stuxnet pode ter atacado a usina nuclear de Bushehr.

 

O especialista afirma que uma foto supostamente tirada na usina sugere que esta usa sistemas da Siemens, embora "não configurados ou licenciados corretamente".

 

Outros especialistas especularam que o vírus pode estar atacando a usina de enriquecimento de urânio de Natanz. Mas O'Murchu e outros dizem que não há evidências de quais seriam os alvos específicos.

 

Um porta-voz da Siemens disse que empresa não comentaria "especulações sobre o alvo do vírus", afirmando que a usina iraniana foi construída por uma empresa russa, sem qualquer envolvimento de sua companhia.

 

"A Siemens deixou o país há quase 30 anos", disse ele.

 

O'Murchu apresentará um estudo sobre o vírus em uma conferência em Vancouver, Canadá, em 29 de setembro.

 

Fonte: UOL Tecnologia

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Vírus Stuxnet infecta computadores de funcionários de usina nuclear no Irã

 

TEERÃ - Um complexo vírus de computador capaz de tomar o controle de instalações industriais infectou máquinas de funcionários da primeira usina nuclear do Irã semanas antes do início das operações, revelou a agência oficial de notícias neste domingo. O diretor da usina de Bushehr, Mahmoud Jafari, disse que uma equipe está tentando tirar o malware de vários computadores afetados, apesar de o vírus "não ter causado nenhum dano ao sistemas principais da instalação". ( Saiba mais sobre o vírus Stuxnet )

 

O vírus conhecido como Stuxnet já atingiu diversas instalações industriais do Irã, mas essa foi a primeira vez que ele chegou ao programa nuclear do país, centro de uma polêmica entre Teerã e os EUA.

 

Especialistas na Alemanha detectaram o vírus pela primeira vez em julho e desde então ele apareceu em diversos ataque, principalmente no Irã, Indonésia, Índia e EUA. Num sinal da preocupação iraniana com o fato, especialistas da agência nuclear do país se reuniram semana passada para discutir formas de combater o verme.

 

A infecção dos computadores de funcionários de Bushehr não impedirá a usina de começar a funcionar em outubro, garante Jafari. A usina, construída pela Rússia, será supervisionada internacionalmente, mas muitos temem que o Irã utilize o conhecimento nuclear para construir armas. O país nega ambições armamentistas e diz que usará o urânio enriquecido apenas para produzir energia.

 

O destrutivo vírus Stuxnet surpreendeu especialistas por ser o primeiro desenhado para controlar sistemas industriais e não apenas manipular dados. Os EUA também estão seguindo o avanço do vírus e o Departamento de Segurança Interna está criando equipes especializadas para responder a ciberemergências em fábricas do país.

 

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