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Mário Monteiro

Blu-ray e TV digital a passos lentos

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Blu-ray e TV digital a passos lentos

 

Passada a guerra da alta definição, enfrentamos problemas de custo e instalação.

 

Por Paulo Roberto Elias

 

Eu vou pedir licença, principalmente aos meus leitores mais constantes, e fazer uma pausa na série de colunas sobre os termos e jargões, para voltar, antes que seja tarde, ao assunto que comecei a explorar no final do ano passado: o futuro do vídeo de alta definição no Brasil.

 

De dezembro de 2007, quando postei palavras supostamente “proféticas” numa coluna sobre Blu-Ray no Brasil, para cá, muita coisa positiva, no estabelecimento deste formato como padrão de vídeo de alta definição mudou, mas os efeitos destas mudanças não chegaram ainda nas nossas praias. E creio eu que se alguma coisa não for feita logo, não vão chegar tão cedo.

 

Fazendo um micro retrospecto sobre o assunto, o que se viu ultimamente no mercado lá de fora mostra uma aceleração de atitudes de implantação de discos Blu-Ray, fazendo com que esta mídia se estabeleça de vez no mercado, como um padrão semelhante ao que foi o DVD, nos tempos do Laserdisc.

 

Vemos sinais como a adesão de praticamente 100% dos estúdios americanos e das principais emissoras de TV que produzem seriados em HD no mundo; o aumento da prensagem de discos e da sofisticação dos processos de autoração; a inserção de novos chipsets, cuja integração possibilitará finalmente a queda de preços dos leitores, e a queda nos preços dos discos a varejo!

 

De fato, de janeiro de 2008 para cá tudo mudou. Diante da realidade do mercado, e da forte evidência de que o sucesso do Blu-Ray se deve principalmente ao interesse específico pelo cinema em casa, estúdios como a reticente Universal partiram para repensar todo o catálogo de títulos anteriormente exclusivos do formato HD-DVD.

 

Em anúncio recente, a Universal divulgou a remasterização de vídeo e áudio como parte do processo de aproveitamento dos 50 GBytes dos novos discos, coisa que está fazendo muitos adeptos do HD-DVD pensarem em reinvestir naquilo que já haviam afobadamente comprado. E não é para menos, porque só a qualidade de melhoria do áudio é de deixar qualquer exigente no assunto sem ter o que reclamar.

 

Em outro anúncio, a Paramount, que havia abandonado o barco no meio da viagem, se redime do prejuízo que eles mesmos causaram a si próprios, relançando todo o catálogo anterior em Blu-Ray. E quando a gente lê que a Criterion Collection, detentora de um dos mais prestigiados catálogos no mundo do home vídeo, está fazendo o seu début na área de alta definição, alguma coisa nos diz que o formato veio para ficar.

Preços precisam cair

 

Mas falta uma coisa importante, mesmo para os padrões internacionais: uma queda no preço dos leitores de mesa. E enquanto o preço não cai oficialmente, as iniciativas nesta direção começam a pipocar no resto do mundo. Um exemplo disso é o fabricante OEM japonês FUNAI, que, debaixo da estampa Magnavox, lança seu primeiro leitor, com preço abaixo de 300 dólares.

 

E, de maneira ainda mais significativa, a Panasonic traz à baila o super chip que compreende todo o processamento interno necessário à integração eletrônica e naturalmente à melhoria de performance e barateamento do custo de fabricação, que beneficiam a mídia e o consumidor.

 

A nossa experiência nos mostra que software em oferta generosa e leitores de discos a preços abordáveis são os ingredientes que tornam um produto deste tipo parte do mercado de massa. Se a gente levar em consideração que se trata de um produto de elite financeira (e portanto potencialmente excludente), a proeza é ainda maior, e no caso o que se espera é que, no final, tudo dê certo, porque a alta definição não envolve somente o aspecto financeiro, ela envolve também hábitos e padrões dos usuários de vídeo em geral, os quais, acreditem, não são fáceis de mudar!

O que falta no Brasil

 

É mais fácil hoje em dia falar da situação em outros países, onde certas restrições de mercado ainda não fazem parte da realidade do dia-a-dia. Mas, e no Brasil, o que é que está faltando?

 

O Brasil é um consumidor de alta tecnologia feita lá fora. Por motivos que não adianta discorrer aqui, nós consumimos o que os outros países desenvolvem, e no ramo de áudio e vídeo esta situação atinge as raias do patético. Mas, não é desesperadora! O Brasil tem como incentivo um consumo alto na área de home vídeo, suficiente, dizem alguns, para justificar o investimento feito em qualquer tecnologia capaz de atender a uma demanda reprimida.

 

Teoricamente, nós poderíamos fazer, em bases razoáveis de prática de preços, jus a fabricação de leitores e discos, em território nacional, e com uma parte devidamente dedicada ao sofrido mercado interno.

 

O governo, que, na minha modesta opinião, não devia se intrometer em questões de indústria e mercado de bens de consumo, e na maioria das vezes atrapalha em vez de ajudar, bem ou mal editou, no ano passado, uma portaria interministerial que regulamenta a fabricação de discos Blu-Ray no Brasil.

Só em Manaus

 

Esta portaria até que nos poderia trazer uma esperança de incentivo à fabricação de discos sem restrições, mas já no seu parágrafo primeiro do primeiro artigo, os seus signatários impõem que todos os processos pertinentes a esta fabricação sejam feitos na área de Manaus, exceto ao que concerne ao material gráfico.

 

Note-se, entretanto, que, em qualquer hipótese, as empresas interessadas em fabricar e vender discos Blu-Ray no Brasil têm prazo até 30 de junho de 2008, para começar a cumprir totalmente, em território nacional, o que se chama de “Processo Produtivo Básico” (envolve desde a moldagem até a embalagem) do disco Blu-Ray nacional. Na prática, isto significa que nenhum estúdio de cinema poderá continuar a lançar discos importados numa embalagem moldada aqui, sob qualquer pretexto. Resta saber se a portaria vai ser cumprida.

 

Não há dúvida, no meu espírito, de que os estúdios americanos estão se preparando para isso. Recentemente foi veiculada uma notícia de instalação de um laboratório de autoração para alta definição, pela Sony, em Manaus. Mas o sinal mais importante vem de fora: com a futura edição Columbia (Sony Pictures) em Blu-Ray do filme do diretor Wolfgang Peterson “In the line of fire”, aparece, pela primeira vez, a inclusão no disco da trilha sonora completa em português, já em Dolby TrueHD 5.1, coisa que anteriormente nem os discos japoneses tinham.

 

É claro que, para entrar de vez no mercado brasileiro, além da prática de preços baixos, é necessário adequar o produto às exigências locais, no caso presença em todos os discos de legendas e possivelmente de áudio, no idioma pátrio.

 

Eu entendo que existe mais chance atualmente de se ter alta definição em áudio e vídeo nos padrões mais recentes em Blu-Ray do que por qualquer outro meio de transmissão.

 

Eu afirmo isso por causa da lentidão com que a implantação de transmissões em HDTV tem se cercado, em diversos pontos do país. E para corroborar isso, eu fui conversar com pessoas em quem eu confio, que estão na linha de frente do mercado, e cuja opinião ou informação, embora longe de representarem qualquer tipo mais conclusivo de estatística a respeito, pelo menos refletem um estado de ânimo no assunto.

Problemas de custo e instalação

 

Na realidade, a questão é bem mais complexa do que se poderia imaginar inicialmente, e seriam precisas várias colunas deste tipo para se começar a esgotar o problema da DTV brasileira. Primeiro, porque a transmissão digital de sinais de televisão é apenas a ponta do iceberg: transmitir digitalmente não significa necessariamente sinal de alta definição ou sinal exclusivo para receptores de TV.

 

O destino poderá ser, por exemplo, o telefone celular ou microcomputadores. E neste particular, tudo leva a crer que o mercado seja mais favorável, por causa do custo de implementação de recursos.

 

Na área de broadcasting, a HDTV é uma realidade, mas não se concretiza com muita facilidade, por vários motivos. Um deles, certamente, é que se um usuário interessado decidir comprar o equipamento necessário para assistir HDTV do ar, vai esbarrar de cara em dois problemas básicos: o custo e a instalação.

 

O custo é devido ao decodificador: segundo informações que eu colhi, o decodificador ainda tem que ser instalado por fora, mesmo naqueles aparelhos “preparados para o ISDTV”, ao preço de cerca de 1000 reais ou mais por peça.

 

Na parte de instalação, a situação ainda é mais problemática, porque o sinal do ar, mesmo digital, carece de cobertura com o uso de relays (repetidoras), para evitar que acidentes geográficos possam impedir uma recepção de qualidade. Pelo menos por enquanto, ainda nem se sabe se locais em que a quantidade de montanhas, morros e prédios altos, a má qualidade da recepção poderá ser contornada com facilidade.

 

Em qualquer hipótese, é bastante provável que o uso de antenas externas se faça necessário, mas cuja instalação geralmente está fora do alcance da maioria dos usuários, ou seja, vai ser preciso muita paciência, poder de convencimento (no caso de condomínios e síndicos) e profissionais da área (antenistas), para resolver isso.

 

Isso é tão evidente, que o assunto se tornou ponto de venda de empresas de distribuição de sinal, como a Net, por exemplo. Só que, ironicamente, a Net depende muito das emissoras abertas, para oferecer hoje, sinal de HDTV, o que arrasta o problema para a intenção de mercado das mesmas, que é diferente das TVs por assinatura, cujo assinante procura uma programação alternativa à do sinal aberto.

 

Críticas feitas ao ISDTV (International System for Digital TV, novo nome do Sistema Brasileiro de TV Digital) continuam presentes e sem resposta, e a gente já sabe hoje que as distribuidoras de sinal por assinatura tiveram autorização para usar outro tipo de sinal de HDTV, como o DVB, por exemplo, e neste caso não existe nenhuma preocupação das mesmas quanto à natureza do áudio, como o Dolby Digital versus AAC, nem software de interatividade, ou seja, duas das ditas “inovações” do ISDTV não são sequer levadas em consideração, o que, aliás, eu acho mais do que justo com o consumidor.

 

Eu me arrisco a dizer que se as empresas de distribuição de sinal por assinatura deixarem de lado a ganância de oferecer decodificador a preço alto em comodato, e começarem a oferecer uma programação fora do ambiente terrestre, voltando, portanto, aos objetivos de assinatura mais mundanos por parte do consumidor, o ISDTV ficará definitivamente em segundo plano, correndo sério risco de ter o mesmo destino do PAL-M, que nunca chegou ao mercado de home vídeo neste país.

 

Fonte: http://webinsider.uol.com.br/index.php/200...-passos-lentos/

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por aqui a tv digital será implantada em definitivo em 2011.

a partir dessa data, nenhum aparelho analogico conseguirá receber transmissão.

quem nao possui tv digital terá que comprar um adaptador que custa de 200 à 300 dolares

 

"livre e expontânea pressão"

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Mas ainda tem tempo para se adaptar e em se tratando de japao nem creio que deva ainda ter tantas analogicas por ai

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nem tanto hein Mário..

 

pode-se dizer que 10% apenas tenham tv digital

 

e muita gente ainda nao sabe que a tv analogica será extinta em 2011

 

mas o facil acesso à tecnologia aqui nao causará problema nenhum

 

no Brasil é tudo muito lento, talvez daqui a 5 anos, quem sabe.. mas até lá já terão inventado outra tecnologia ou modificado muito a atual.

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Com certeza nao terão grandes problemas com isso

 

Aqui ainda demora sim

 

Ainda mais nas regioes mais afastadas de Sao Paulo

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