Patrique 0 Denunciar post Postado Junho 14, 2009 Gravadoras combatem espanhol criador de rede P2P A história de Pablo Soto, 29 anos, pode ser o sonho, ou pesadelo, de todo jovem prodígio dos computadores. Depois de deixar a escola aos 16 anos para sustentar a família, ele conseguiu ganhar a vida fazendo o que mais ama: criando programas de computador. Em 2001, esse madrilenho lançou o Blubster, um dos mais populares entre os programas de trocas de arquivos na internet nos últimos anos. E o fez sem nenhum estudo formal, e trabalhando do apartamento de sua avó. Agora, ele pode cair vítima de seu sucesso, já que se tornou o único acusado na mais recente batalha judicial da poderosa indústria da música contra a pirataria online. Um tribunal de Madri deve decidir neste mês sobre o processo, semelhante a casos conduzidos na Europa e nos Estados Unidos, e o resultado está sendo acompanhado com forte atenção dos dois lados do Atlântico porque a Espanha sempre foi considerada como um dos países mais inclinados à pirataria. "Estamos atacando empresas que lucram ao desenvolver aplicativos que são usados em pirataria", disse Antonio Guisasola, presidente da Promusicae, a associação das gravadoras espanholas, entre as quais as gigantes internacionais Sony, Universal, Warner e EMI. Soto está sendo processado por concorrência desleal, e a associação solicita indenização de 13 milhões de euros (equivalente a R$ 35,4 milhões). A Promusicae define Soto como um parasita de internet que rouba os músicos e as gravadoras ao facilitar o download ilegal de música e outras formas de conteúdo protegido por direitos autorais, com o software de troca de arquivos que desenvolveu. Guisasola espera que o caso venha a espelhar os veredictos de processos como o que resultou no fechamento do Napster, nos Estados Unidos, ou o dos responsáveis pelo PirateBay, na Suécia. Também espera que o caso enfim force as autoridades espanholas a adotar e impor novas leis. Um exemplo que costuma ser mencionado é o de uma nova lei francesa que bloquearia a conexão de internet de qualquer usuário que tenha sido apanhado três vezes baixando música ou filmes ilegalmente. Mas o caso de Soto também pode causar problemas para as gravadoras. Na Suécia, o Partido Pirata conquistou forte apoio na campanha para as eleições ao Parlamento Europeu, realizada em 7 de junho, depois que um tribunal do país decretou a prisão dos quatro responsáveis pelo popular site de troca de arquivos Pirate Bay, que ajuda milhões de usuários a trocar arquivos sujeitos a direitos autorais. O partido ganhou uma cadeira no Parlamento. "Se eles vencerem, terei de fechar as portas", diz Soto. "Se eu vencer, acho vou conseguir voltar a dormir. Afinal, 13 milhões de euros de indenização seria como uma sentença de prisão perpétua financeira". Soto diz que o Blubster é um software completamente legal, ainda que tenha sido desenvolvido especificamente para contornar os problemas que resultaram no fechamento do Napster, em 2001, e que ele não é responsável pelo uso que as pessoas dão ao seu produto. "Meus programas não servem apenas ao download ilegal de música. O software de troca de arquivos tem muitos outros usos", ele diz. Os exemplos de uso legítimo incluem o download de discursos históricos, música que não seja protegida por direitos autorais e conteúdo intelectual de domínio público, ele diz. Soto afirma que, se ele for considerado culpado, então empresas como o Google e outras também o são, porque elas facilitam os downloads. Ele também diz que criou o Blubster por curiosidade, e que inicialmente só o distribuía aos amigos. Mas em poucos dias descobriu que quase um milhão de pessoas em todo o mundo estavam utilizando o serviço. Ele admite que a publicidade do site é uma fonte de renda, mas insiste em que isso é perfeitamente legal. Soto afirma que as alegações de que ganhou uma fortuna são ridículas, e que nunca teve mais do que 15 mil euros (equivalente a R$ 40,9 mil) em sua conta bancária. Ele ainda trabalha no apartamento de sua avó, e vive em um apartamento alugado. Para seus defensores, ele é uma espécie de herói do novo movimento pela liberdade online, que promove o conceito de "copyleft", em lugar do copyright, ou direito autoral. O copyleft envolve artistas e outros que oferecem seu conteúdo online gratuitamente, contornando as empresas que tentam impor restrições relacionadas a direitos autorais. Os partidários dizem que a tendência vem conquistando apoio na Europa e nos Estados Unidos e pode um dia ameaçar o setor de entretenimento estabelecido. Essa é a verdadeira razão para que as gravadoras estejam agindo contra Soto, afirmam. Baixar material protegido por direitos autorais é ilegal na Espanha, mas não constitui crime, e os tribunais do país costumam descartar os processos quanto a isso alegando que a prática só constitui violação caso seja usada para fins de lucro. A postura não só enfurece as gravadoras como irrita o governo dos Estados Unidos e o mais poderoso lobby do setor de entretenimento norte-americano. "A pirataria na Espanha atingiu nível epidêmico", afirmou a Coligação Contra Pirataria Internacional do Congresso norte-americano, em recente relatório. O advogado de Soto, Javier de la Cueva, diz que as queixas norte-americanas se baseiam apenas em números das gravadoras e não são confirmadas por fontes independentes. "Não há como deter o nosso movimento. Existe uma nova realidade social, e a indústria deveria acatar os novos desenvolvimentos tecnológicos, em lugar de combatê-los", afirma. Fonte: Terra Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
Mário Monteiro 179 Denunciar post Postado Junho 14, 2009 boa sorte ao cara Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites