Patrique 0 Denunciar post Postado Setembro 12, 2010 Internet mata seus próprios filhos Blogs estão morrendo Em meados de 2004, a moda era ter um blog. Um ano antes existiam 3 milhões de blogs, mas isto era só o início. Três anos depois, em 2007, eram estimados em 70 milhões. Em 2008, o número de blogs abriu o ano em mais de 120 milhões, e surgiam cerca de 120 mil blogs por dia. Por modismo, idealismo, pura vontade ou crença em uma futura boa fonte de renda, o negócio era criar um blog. E, além de tudo, era um status de quem estava antenado na revolução trazida pela Web 2.0. Blogosfera foi o nome criado para a imensa rede mundial de blogs. Os arquitetos da Web 2.0 concebiam que esta rede teria vida própria, capaz de construir a verdade absoluta a partir de algoritmos probabilísticos. Quando centenas de milhões de pessoas divulgavam torrentes de informações, falsas ou verdadeiras, a verdade e o senso comum surgiriam em meio aos grandes números. Os blogs, acreditavam, substituiriam todas as mídias tradicionais (jornais, rádios e TVs), que estavam fadadas à extinção diante do meteoro gigantesco, chamado Internet, que se chocara no Planeta da Comunicação. Como os mamíferos há 65 milhões de anos, os blogs seriam a alternativa de evolução aos agonizantes dinossauros da mídia. Mas, assim como a natureza do nosso planeta, a natureza da internet também tem sua face treteira. E a suprema ironia é que a blogosfera, que crescera à velocidade de um brontossauro, está sendo extinta antes de tomar conhecimento de que ela própria havia envelhecido. E uma das causas de seu extermínio foi, a exemplo dos dinossauros, o seu próprio tamanho. Desde 2008, o ritmo de crescimento dos blogs estagnou, fato que se repetiu em 2009. Mas o principal sintoma de que as células (os blogs) da blogosfera estavam morrendo veio em um relatório do Technorati (motor de busca de blogs), divulgado no ano passado. Mostrava que dos 133 milhões de blogs acessados pelo sistema de busca, apenas 7,4 milhões haviam sido atualizados nos últimos 120 dias. Ou seja, 95% deles não eram atualizados há mais de três meses. Os dados mostraram que o gigantesco número de blogs era uma obra de ficção. A diferença, que poucos haviam percebido, é que os blogs não são como mamíferos ou dinossauros, cuja extinção é percebida de relance. Eles lembram aqueles filmes de mortos-vivos. Continuam como fantasmas na rede, assombrando os mecanismos de buscas com postagens velhas e informações desatualizadas. Hoje, a maioria absoluta dos blogs só existe como assombração. Não são mais sequer atualizados. São como lixo espacial que se espalha pelo universo da Web 2.0. Se compararmos a Web com um sistema hidráulico, como fez o jornalista Gavin O' Reilly, podemos dizer que os blogs falecidos - e mesmo muitos dos blogs vivos - passaram a funcionar como obstruções no encanamento por onde fluem as informações. Porém, há algo ainda mais inusitado: é que talvez a origem do problema esteja no próprio encanamento. Na própria rede. Na arquitetura do sistema. Neste caso, não seria a morte da blogosfera que estaria afetando a rede. A própria rede estaria morrendo e levando com ela milhões de blogs e de outras de suas criações. A agonia da Web 2.0 A geração nativa da internet está trocando a web pelos aplicativos e a cultura do grátis e demorado pela do rápido e barato Na edição deste mês, a revista americana Wired (referência em previsões sobre o futuro digital) tocou na ferida, em artigo do editor-chefe Chris Anderson. Título da reportagem de capa: - A Web 2.0 está morta. Vida longa à internet. A internet, como Saturno, estaria devorando seus próprios filhos. Entre eles, não apenas a blogosfera, mas a própria web 2.0. Aliás, é comum confundir Web com internet, na medida em que a primeira ocupou quase que totalmente o mundo virtual. Mas a internet é maior do que a Web 2.0 e, hoje, se desloca em direção aos chamados "aplicativos". Como diz Anderson na Wired: - "Internet" é um grande recipiente. "Web" seria uma pequena parte que está dentro deste recipiente. É comum misturar os conceitos de net e web, mas são coisas distintas. É como se net fosse o restaurante e web fosse o prato mais popular do menu. Anderson destaca que este restaurante chamado internet vai deixar de servir sua refeição mais famosa - a Web - na medida em que as pessoas estão dedicando cada vez mais tempo ao uso de aplicativos como o Facebook, Twitter e iTunes, por exemplo, do que propriamente navegando na Web com o auxílio de navegadores. Além disso, nos aparelhos móveis (telefones celulares e equipamentos portáteis, como o recém-lançado iPad) as mídias sociais podem ser acessadas diretamente por aplicativos. Para Anderson, isso significaria a morte da Web como caminho principal para o consumo e a distribuição da informação. Há, talvez, certo exagero nas profecias da Wired. Mas o fato é que as tecnologias móveis já suplantaram, nos EUA, os computadores fixos no acesso à internet. E quem tende a reinar nos acessórios portáteis são, de fato, os aplicativos, e não mais a Web. Os aplicativos permitem recursos gráficos e de interação muito superiores aos da Web 2.0. Empresas de comunicação, assim como as indústrias de cinema e fonográfica, estão migrando para os aplicativos. - Embora nós amemos o ambiente aberto e sem restrições da Web, estamos abandonando-o por serviços mais simples e elegantes que simplesmente funcionam - diz a Wired. Os aplicativos, além disso, são como uma casa fechada em que até mecanismos de busca, como o Google, só entram com permissão do dono, como diz o artigo de Anderson: "É um mundo onde o Google não pode dominar, onde o HTML não manda". A indústria fonográfica, por exemplo, descobriu que tem muito mais gente do que ela própria imaginara disposta a pagar um dólar por uma música de alta qualidade em um aplicativo iTunes, existente no iPhone, no iPod ou no iPad. A geração nativa da internet estaria trocando a cultura do grátis e demorado (buscar e compartilhar uma música na web) pela cultura do rápido e barato (baixar uma música no iTunes). Caso esta tendência se confirme, pode representar, de fato, a estocada final no coração do império da Web 2.0. Os equívocos da revolução A rede se tornou um mar de plágios, com blogs copiando blogs e outros blogs sendo criados para copiar os blogs que copiaram blogs A Web 2.0 foi uma grande revolução, mas sua arquitetura básica tem se mostrado um equívoco revolucionário, com sua cultura de que a produção intelectual não tem valor (a cultura do "tudo é grátis") e de que se pode medir credibilidade apenas por pageviews (páginas vistas). Imaginava-se que a Web 2.0 seria o marco de novos grandes poetas e escritores, já que todos poderiam ter espaço para apresentar seus textos em blogs. O resultado é que o pouco que havia de bom se perdeu em uma imensidão de lixo que se espalhou pela rede. Quantos novos escritores ou poetas surgiram na web em todo este tempo? Imaginava-se que a mesma Web seria o palco de acesso de novos músicos, cantores e bandas de garagem. Jaron Lanier, considerado o "pai" da realidade virtual, se surpreendeu quando, ao realizar uma pesquisa, não conseguiu chegar a cem o número de talentos musicais surgidos nos EUA através da Web. A Web 2.0 não foi palco de muitos lançamentos de novos músicos e, ao mesmo tempo, podou os ganhos dos músicos existentes com sua política aberta de não reconhecimento do direito autoral. Fez o mesmo com poetas e escritores, que agora buscam a preservação dos direitos de suas obras em aplicativos de acessórios como o Kindle, na Amazon, e o iPad, da Apple. O chamado modelo financeiro de "cauda longa" (de que seria possível fazer dinheiro na internet com a informação disseminada por milhões de fontes) foi apropriado pelos primeiros mais espertos. Mas nada parecido com o que ocorreu com o Google no setor de publicidade. O Google dominou a publicidade mundial na Web. Com seu sistema de robôs em busca de uma palavra-chave para publicar o anúncio em sites, o conteúdo perdeu relevância. Citando o caso da blogosfera, não importa se a informação de um blog é confiável ou não, o anúncio está lá. Não importa se um blog morreu: o robô do Google, como um servo de Hades, vai encontrar a assombração do blog vagando no mundo subterrâneo da rede e tatuá-la com seu anúncio, pois credibilidade não vai afetar o valor unitário da publicidade. Neste universo de assombrações virtuais, produção intelectual sem valor e direito autoral eliminado, a web se tornou um mar de plágios. São blogs copiando blogs, e outros blogs sendo criados para copiar os blogs que copiaram blogs - um círculo de plágio sempre em busca de um clique que renderia cinco centavos e que matou a originalidade que existia na blogosfera quando do seu nascimento. Produzir algo autêntico vale tanto quando apertar as teclas de "copiar e colar". Enfim, o modelo atual da rede está se esgotando. Pode não morrer, contrariando a profecia da Wired, mas deixou de ser considerada a pedra filosofal, seja no sentido econômico (a prosperidade terminou nas mãos de poucos) quanto da sua própria arquitetura (que criou uma lixeira virtual). Vai continuar existindo, mas não reinando como absolutista. A Web 2.0 foi uma grande experiência que, especialmente no seu início, ampliou idéias, mudou conceitos, horizontalizou as informações, transformou leitores em parte do processo de comunicação e criou novas experiências. As marcas desta revolução tendem a acompanhar definitivamente a cultura da sociedade moderna. Mas revoluções não duram para sempre. A exemplo dos estados-nações pós-revolucionários, a internet está evoluindo e amadurecendo para corrigir seus erros e seguir em frente. Chris Anderson, parafraseando os ingleses quando da morte de um rei e a ascensão do herdeiro, desejou "vida longa à internet". Mas, talvez, se encaixe melhor a saudação dos vulcanos na série "Jornada nas Estrelas": - Vida longa e prosperidade. Fonte: http://migre.me/1fLxc Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
giesta 29 Denunciar post Postado Setembro 12, 2010 eu diria que a internet de hoje seria uma analogia ao twitter, pois como no twitter a internet eh: "Todo mundo falando mta besteira sem sentido ao mesmo tempo e ninguem prestando atenção." Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
Patrique 0 Denunciar post Postado Setembro 12, 2010 Verdade, na verdade a internet hoje em dia é definida em comunidades sociais, fico aqui imaginando como será o futuro, pois certamente um dia essa moda passa. Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
criatividade zero 17 Denunciar post Postado Setembro 12, 2010 Verdade, na verdade a internet hoje em dia é definida em comunidades sociais, fico aqui imaginando como será o futuro, pois certamente um dia essa moda passa. ai, talvez um dia, se toquem e voltem a se comportar como pessoas de novo Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
Patrique 0 Denunciar post Postado Setembro 12, 2010 kkkkkkk :lol: Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
Holt 1 Denunciar post Postado Setembro 13, 2010 Verdade, na verdade a internet hoje em dia é definida em comunidades sociais, fico aqui imaginando como será o futuro, pois certamente um dia essa moda passa. ai, talvez um dia, se toquem e voltem a se comportar como pessoas de novo EuRi Muito :B Cara não tem como as comunidades sociais vão deixar de existir querendo ou não, o máximo que vai acontecer todo mundo migrar para o mesmo serviço e por ali será o fim... Exemplo disso é o orkut que está deixando de crescer e sendo tomado pelo Facebook :/ Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites
Al Bhed {Kah} 0 Denunciar post Postado Setembro 15, 2010 Verdade, na verdade a internet hoje em dia é definida em comunidades sociais, fico aqui imaginando como será o futuro, pois certamente um dia essa moda passa. ai, talvez um dia, se toquem e voltem a se comportar como pessoas de novo EuRi Muito :B Cara não tem como as comunidades sociais vão deixar de existir querendo ou não, o máximo que vai acontecer todo mundo migrar para o mesmo serviço e por ali será o fim... Exemplo disso é o orkut que está deixando de crescer e sendo tomado pelo Facebook :/ Me ponham como exceção! Só fechei o blog por prolemas para pagar o host! Logo ele voltará! Aguardem :P Verdadeiros blogueiros nunca morrem! http://forum.imasters.com.br/public/style_emoticons/default/joia.gif Compartilhar este post Link para o post Compartilhar em outros sites