Crescimento da banda larga na América Latina exige intervenção regulat

[Mário Monteiro 179]

Crescimento da banda larga na América Latina exige intervenção regulatória

 

De acordo com um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) do Brasil, a expansão do tráfego de dados pela Internet será mais intenso na América Latina do que no mundo como um todo: de 2010 a 2015, a estimativa de crescimento médio anual global do tráfego de dados é de 32% ao ano, mas, na região, esse índice pode chegar a 48%.

 

Esse crescimento será impulsionado principalmente pelo uso de aplicativos com vídeo, que tem um aumento previsto de 65% no mesmo período nos países latinoamericanos. “O Skype, por exemplo, registra que as chamadas com vídeo representam mais de 40% do total de chamadas realizadas entre usuários do aplicativo”, segundo o levantamento.

 

Um estudo IDC apontou que o volume de informações digitais criadas e replicadas em todo o mundo atingirá 1,8 zettabytes (ou 1,8 trilhão de gigabytes) em 2011, o que representa um aumento de nove vezes em apenas cinco anos. Em 2015, a previsão é de que esse número atinja 7,9 zettabytes e que um quinto dela seja armazenado ou processado na nuvem.

 

Para a PwC, a infraestrutura de banda larga existente é insuficiente para atender ao crescimento explosivo da demanda, que apresenta ordem de magnitude muito superior ao da expansão das redes. Sendo assim, defende mudanças regulatórias que incentivem a ampliação da infraestrutura. A consultoria alega que os regulamentos atuais se baseiam na realidade do mercado e da tecnologia dos anos 90, quando não havia o objetivo de fomentar a inovação, mas sim de preencher a lacuna da demanda reprimida. Embora tenha sido produzido pelo escritório brasileiro da PwC, a principal defesa é das políticas adotadas na Europa.

 

Isso significa a promoção de participação estatal naqueles locais onde as empresas privadas não têm interesse, ou seja, localidades “mal servidas por redes de banda larga”. Mesmo em locais onde existe uma única operadora em atuação, a consultoria sugere “análises mais detalhadas” antes de algum tipo de intervenção estatal.

 

Além disso, há o uso de instrumentos como a desagregação de redes, ou unbundling, que quando adotada nos Estados Unidos, não teve sucesso. “As operadoras locais sentiram-se desestimuladas a investir na modernização de suas próprias redes e no desenvolvimento de novas tecnologias”, alegou a consultoria.

 

Por outro lado, a PwC defende que devam ser adotadas medidas regulatórias que promovam a gestão eficiente do espectro e a neutralidade tecnológica, para que diferentes tecnologias de banda larga possam atuar na oferta de voz, vídeo e dados. No Brasil, a Anatel resiste, por exemplo, a permitir que provedores de Internet façam competição às teles no mercado de voz.

 

A consultoria já esboçou algumas políticas no Brasil, mas que ainda não se materializaram, como atrelar a construção de dutos em obras de engenharia em geral, ou o aproveitamento de infraestruturas existentes, como as redes de gás, para expansão da banda larga.

 

Com informações de Convergência Digital

 

Fonte: iMasters