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Motta

Google e Amazon, duas gigantes em rota de colisão em 2013

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Google e Amazon, duas gigantes em rota de colisão em 2013

Enquanto dona do Android avança como varejista, a criadora do Kindle quer elevar sua fatia da publicidade online

 

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Loja virtual de conteúdo da Google, que começou a vender livros eletrônicos e filmes no Brasil este mês Reprodução

 

SÃO FRANCISCO — Quando o fundador e diretor-executivo da Amazon, Jeff Bezos, soube que a Google empreendia um projeto de digitalizar e escanear catálogos de produtos, há uma década, estavam sendo plantadas as sementes de uma das maiores rivalidades da indústria da tecnologia comtemporânea.

 

A notícia fez soar o alarme de Bezos, um dos primeiros investidores da Google. Ele percebeu que aquele popular serviço de buscas na Web planejava voos mais altos, avançando sobre o império do varejo online erguido por Bezos, conta um executivo que trabalhava na Amazon à época.

 

— Ele percebeu que o escaneamento de catálogos era interessante para a Google, mas a verdadeira vitória para empresa seria conseguir que todos os livros (do mundo) fossem escaneados e digitalizados com o objetivo de vender edições eletrônicas — disse o ex-executivo.

 

Assim começou uma batalha que ganhará força em 2013, à medida que as áreas rivais das duas empresas crescem, abrangendo a publicidade online e de varejo voltado para dispositivos móveis e computação na nuvem.

 

Isso poderia pôr fim às últimas áreas remanescentes de cooperação entre as duas. Um exemplo: a decisão da Amazon de usar uma versão simplificada do sistema Android, da Google, em seu novo tablet Kindle Fire, conjugada aos ambiciosos planos da Google para sua unidade de celulares e tablets da Motorola, só vão provocar mais tensão.

 

O confronto marca a mais recente frente em uma guerra em que muitos combatentes se espalham cada vez mais por territórios alheios. À espreita, nas sombras de Google e Amazon, está o Facebook, com o seu próprio serviço de busca e ambições de publicidade.

 

—A Amazon quer ser o lugar onde você compra tudo. A Google quer ser o lugar único onde você encontra tudo, e onde a compra é uma consequência — disse Chi-Chien Hua, sócio da empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers. — Assim, quando se juntam esses fatos, acho que vamos ver uma colisão natural.

Duas empresas com muito em jogo.

 

A capitalização de mercado da Google, de US$ 235 bilhões, é aproximadamente o dobro da da Amazon, em grande parte porque a Google obtém enormes lucros líquidos. Segundo a projeção dos analistas, esse lucro será de US$ 13,2 bilhõeseste ano, com base em uma enorme margem de lucro de 32%, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Quanto à Amazon, espera-se que a empresa tenha um pequeno prejuízo este ano.

 

Os acionistas da Amazon têm sido pacientes, já que a empresa investe tudo o que ganha em seu crescimento. Mas a varejista terá que começar a proporcionar lucros polpudos aos investidores em algum momento — algo que será mais provável se ela crescer em áreas de maior margem, como a publicidade. O preço da ação da Google, por sua vez, é vulnerável aos sinais de desaceleração da margem de crescimento.

 

Publicidade

 

Não muito tempo depois de Bezos ter se inteirado dos planos da Google para livros, a Amazon começou a digitalizar obras e a oferecer trechos para pesquisa. Seu e-reader Kindle, lançado alguns anos depois, deve muito de sua inspiração à notícia dos catálogos da Google, disse o executivo.

 

Agora, a Amazon está impulsionando seus esforços de publicidade online, ameaçando atrair usuários e receita do site de buscas da Google.

 

O negócio incipiente de anúncios da Amazon ainda é uma fração do administrado pela Google. A Robert W. Baird & Co. estima que a Amazon está no caminho certo para gerar cerca de US$ 500 milhões em receitas de publicidade anual — um valor pequeno, dado que registrou US$ 48 bilhões de receita total em 2011. Já na Google, 96% dos US$ 38 bilhões em vendas em 2011 vieram de publicidade.

 

Fonte : O Globo

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