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Bruno Augusto

Conte sua Cagada

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Não sei se acontecerá semanalmente, mas vou tentar postar os melhores da série "Conte sua Cagada" do Viralizou.

Cagada enviada pelo leitor Nilton Junior


Bem, eu sempre conto essa história pra todos que eu conheço. Mas acho que chegou a hora de contar ao mundo a passagem em minha vida que eu considero como uma sequência de eventos que corroboraram para a pior cagada, literalmente, da minha vida. Digo literalmente pois há total e indiscutível culpa desta maldita necessidade fisiológica neste triste trecho de minha vida.
Tudo aconteceu quando tinha 16 anos. Era um ex-gordo não habituado com as malemolências da vida afetiva nesta inebriante fase de nossa vida. Tanto que para que me apaixonasse cegamente por uma garota bastasse que esta não saísse correndo quando eu, ingenuamente, iniciasse uma tentativa de flerte. E aconteceu que, em uma ocasião logrei êxito e passei a sair com uma menina. Passado o duradouro período de uma semana de “relacionamento” fui convidado por ela para um churrasco em sua casa. Prontamente aceitei. Seria a oportunidade onde afirmaria que uma nova fase em minha vida havia começado. Era agora um rapazote que mantinha um relacionamento sério e conheceria a família de minha futura esposa e mãe de meus filhos. Ah a inocência juvenil é fascinante não é mesmo? Pois bem, durante a semana que antecedeu o evento já havia treinado todas as frases que diria. Treinei como me comportaria e todas as piadas “sociáveis” já estavam na ponta da língua. Não podia correr o risco de parecer antipático. Eis que na manhã do tão aguardado acontecimento resolvo, para não cometer a gordice de comer todo o alimento disponível no evento, alimentar-me previamente em casa. Preparei um super café da manhã com direito a ovos, bacon, e copos e mais copos de achocolatado. Ao chegar na casa da menina percebi que toda a família da garota estava presente. Desde o tio bêbado chato até a vó com Alzheimer. Foi neste momento que refleti: “O que diabos eu estou fazendo aqui?” Mal conhecia a menina e já estava pagando de “namoradinho” de escola pra família dela!! Nesta fração de segundo, o corpo respondeu automaticamente. Todo o café da manhã criou um novo elemento da tabela periódica dentro de mim. Foi como se um gato epilético houvesse se libertado em meu estômago. Sabem aquela sensação de que você tem como se sua barriga tivesse ganhado a consistência de pasta de dente? A suadeira fria. O medo de movimentos bruscos, pois a qualquer momento você pode perder o controle do seu próprio esfíncter. Sentei ao lado da menina e enquanto ela conversava com algumas primas meu único pensamento era arrumar uma desculpa para ir embora. Entendam, naquela época celulares não eram tão banais como hoje. Não poderia simular uma ligação desesperada da minha mãe implorando minha ajuda porque a casa foi invadida por uma nuvem de libélulas carnívoras do Zimbábue. Então começaram as dores. Cada pontada gerava uma dor tão aguda que poderia assemelhar-se a contração de uma gestante, não que já tenha ficado grávido, mas se for pior que aquilo darei um abraço e um beijo na minha mãe cada vez que lembrar daquela dor. Ela começava latente e ia se espalhando, se é que acerto em descrevê-la assim, até sumir por completo alguns segundos, que pareciam horas, depois. Tinha a sensação que meu intestino estava sendo torcido para um lado, e depois liberado. Sabe quando torcemos alguma roupa? Então imaginei meu corpo lutando bravamente para se livrar do café da manhã enquanto eu dedicava 80% da memória de meu cérebro para não perder o controle sobre minha cavidade anal. O mundo parecia girar em câmera lenta. Só conseguia ver sorrisos, por todos os lados, o barulho infernal das conversas misturadas. Parecia a cena de filme que antecede o ataque de fúria do homicida maníaco. Então, escuto ao longe alguém falando meu nome, como se estivesse em outra dimensão. E novamente. Volto bruscamente para a realidade e vejo que minha “namorada” estava perguntando se estava bem. Eu deveria estar com uma coloração entre o verde vitamina de abacate e cinza-zumbi. Respondi que precisava ir ao banheiro. Ela me indicou, para meu crescente desespero, onde ficava o banheiro. Para que vocês entendam a geografia do local: O churrasco desenrolava-se no quintal da casa dela. Um quadrilátero de uns 24m², onde ao lado da pia da churrasqueira encontrava-se a portinhola que era do banheiro. Sim, o banheiro ali mesmo! Perguntei se não poderia utilizar o que ficava dentro de casa e ela me disse que não poderia pois estava em reforma. Bem, àquela altura eu já não me importava mais. A única coisa que era importante era me livrar daquela sensação de parto em que me encontrava. Entrei no banheiro. Primeira coisa que olhei era que, graças a Deus, o rolo de papel higiênico estava intacto, novinho. Bom. Depois percebi que o banheiro ainda tinha uma boa condição higiênica. OK. Sentei-me ao vaso. A primeira explosão. Por que cargas d’água nesta situação a coisa sai de você em pequenas, e barulhentas explosões? A cada rajada de merda líquida tinha que simular uma tosse para que ninguém escutasse o grito de alívio do meu intestino. Havia música, mas por via das dúvidas… Então tentei controlar a duração de cada explosão, para parecer ao invés de uma rajada, um disparo único. E a cada tiro era aquela chuva marrom sobre a porcelana branca. Quando estava na metade da operação: Peida – caga – tosse lembrei que não adiantaria disfarçar o ruído se o cheiro que emanava era de um gambá putrefato. É aqui que a vergonha realmente começa. Quando comecei a desesperadamente olhar para todos os lados a procura de um bom-ar percebi que a música tinha acabado e que um parcial silêncio reinava lá fora. Rapidamente fiz uma tocha com papel higiênico, saquei meu isqueiro (sim, já fumava com 16, na verdade comecei com 15 e não, não me orgulho disso) e ateei fogo no papel. Ora cheiro de fumaça é melhor que de bosta certo? Se cheiro tivesse cor, aquele seria algo entre verde e amarelo. Puramente tóxico. Eis que escuto lá de fora: “Amor, o bom-ar está dentro do armário!” Seguido de inúmeras, incontáveis, gargalhadas. Naquele momento queria me misturar com a Nutella que havia produzido e descer encanamento abaixo! Lembram do tio bêbado? Então, o FDP se ligou do que estava acontecendo e, além de abaixar o volume do rádio, saiu cochichando pra todo mundo que o “namoradinho” estava estragando o banheiro! Não queria mais sair do banheiro. Passaria a eternidade ali dentro. A vergonha foi tanta que passou a vergonha! Incrível né, como sua mente prega peças. Já tinha sido descoberto, então fod*-se! Parei de tossir, apaguei a tocha de papel higiênico e liberei o esfíncter do esforço que estava fazendo para represar a enxurrada de merda!

É isso. Acredito que foi a maior cagada, literalmente, da minha vida. Mas serviu de lição. Se for para um churrasco, certifique-se de que o banheiro não fica no mesmo ambiente.

Um abraço!

Supreme-Shit.jpg

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Eu ri muito!

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