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Mário Monteiro

Teles aderem às chamadas via internet

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18/09/2005 - 09h15

 

Após resistir, teles aderem às chamadas via internet

 

SANDRA BALBI

da Folha de S.Paulo

 

Depois de torcer o nariz e tentar ignorar, no primeiro momento, a tecnologia de transmissão de voz via internet, ou VoIP (Voicer over Internet Protocol), as operadoras de telefonia fixa brasileiras buscam, agora, recuperar o tempo perdido. Elas se preparam para oferecer a nova tecnologia aos clientes residenciais e conquistar posições num mercado que vem sendo ocupado por pequenas operadoras, provedores de internet e empresas de TV a cabo.

 

As ligações telefônicas via internet são a última fronteira da tecnologia da comunicação e tornaram o Skype --comprado na última segunda-feira pelo eBay, por US$ 2,6 bilhões-- o programa mais usado para ligações via computador.

 

As quatro grandes concessionárias dos serviços de telecomunicações --Telefônica, Telemar, Brasil Telecom e Embratel-- reconhecem que a nova tecnologia VoIP é um caminho sem volta. E pelo menos duas delas --Telefônica e Brasil Telecom-- têm prontos novos produtos que permitirão ao cidadão comum falar de casa com o resto do mundo, via internet. E a um custo muito inferior ao das ligações interurbanas e internacionais.

 

"Já temos um produto pronto para o mercado residencial, testado desde o final de maio. Estamos aguardando o momento adequado para disponibilizá-lo", diz Ricardo Couto, diretor de marketing da Brasil Telecom.

 

Já a Telefônica informou que está desenvolvendo tecnologia para atender o usuário residencial, mas com a mesma qualidade da telefonia fixa. A solução estudada pela operadora é oferecer acesso à rede de voz por protocolo de internet privada da companhia. Segundo a empresa, essa é uma tecnologia que poderá estar disponível no ano que vem.

 

O usuário não vai perceber a mudança: ele levantará o fone do gancho, discará os oito dígitos e sua ligação cairá na rede IP da Telefônica. Atualmente, a empresa já usa essa rede para completar as ligações internacionais feitas por seus clientes.

 

A condição para as operadoras entrarem nesse segmento, entretanto, é expandir suas redes de internet rápida, por banda larga, por onde deverão trafegar as ligações telefônicas de longa e média distância (DDD e DDI). "Nossa estratégia para o VoIP residencial é totalmente atrelada à expansão do nosso serviço de banda larga", diz Couto.

 

O Turbo, serviço de banda larga da Brasil Telecom, tem hoje 800 mil clientes, segundo ele. "O VoIP virá complementar nossa estrutura de banda larga", acrescenta. Já o Speedy, da Telefônica, completou em julho 1 milhão de assinantes. A meta da empresa é fechar o ano com 1,25 milhão de assinantes na banda larga.

 

"Todas as operadoras estão correndo para conseguir o máximo de adesão de clientes de internet banda larga", diz Valder Nogueira, analista de telecomunicações do Santander Banespa. Segundo ele, hoje só 8% das linhas das companhias telefônicas possuem conexão em banda larga. "A penetração no mercado residencial é muito baixa; esse é o calcanhar do VoIP", diz Nogueira.

 

Estagnação

 

Depois de viverem um surto de crescimento pós-privatização, quando tiveram de cumprir metas de universalização dos serviços de telefonia fixa, há três anos as operadoras vêm enfrentando um decréscimo de sua base de usuários e uma estagnação dos serviços tradicionais de transmissão de voz, segundo Petrônio Nogueira, sócio da área de Communications, Media e High Tecnology da Accenture.

 

Elas perderam receitas com a redução de 90% dos preços das tarifas de interurbano, desde a privatização, em 1998, até hoje. Além disso, "houve uma transferência do volume do tráfego de voz da telefonia fixa para a móvel e para outros meios via banda larga, como o messenger. Mais recentemente, perderam tráfego para as operadoras virtuais que oferecem o VoIP", diz Nogueira.

 

Os balanços dos primeiros semestres das quatro grandes operadoras mostram que suas receitas cresceram desde 1999 até 2002. A partir de 2003, todas tiveram queda de receita.

 

Para fazer frente à estagnação e à queda do faturamento, as operadoras de telefonia fixa passaram a ampliar sua base de serviços, provendo os clientes com a transmissão de dados e vídeo, além de voz, diz Nogueira.

 

Nos últimos dois anos, essas empresas começaram a oferecer aos clientes corporativos pacotes de serviços que incluem a transmissão de voz com a tecnologia VoIP. A Telemar, por exemplo, oferece desde o início deste ano algumas soluções de telefonia IP (Internet Protocolo) aos seus clientes corporativos. A companhia compra equipamentos de PABX com tecnologia IP e os aluga a grandes empresas.

 

"Com isso, o cliente economiza no cabeamento para fazer ligações ramal a ramal e reduz suas despesas nas chamadas de longa distância", diz Franz Braga, gerente de marketing corporativo da Telemar. Dentro de 60 dias, ela vai disponibilizar o telefone IP aos clientes corporativos que sejam assinantes do Velox, seu serviço de banda larga.

 

Já a Embratel leva a nova tecnologia aos clientes corporativos desde 2001. Atualmente, ela oferece soluções "triple play" --pacotes multiserviços. Exemplo disso é a rede que está implantando para o Boticário, que cobrirá 2.300 franqueados da empresa. "Serão fornecidos serviços de transmissão de dados, voz e imagem", diz Maurício Vergani, diretor da área corporativa da Embratel.

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheir...91u100457.shtml

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18/09/2005 - 09h27

Empresas usam serviço VoIP para redução de custos

 

PAULA LEITE

da Folha de S.Paulo

 

Enquanto o consumidor brasileiro começa a descobrir o VoIP, o país já tem várias empresas que levam essa tecnologia a outras empresas. As companhias de todos os tamanhos geralmente procuram os sistemas VoIP por causa da redução de custos, tanto na comunicação entre filiais como na com clientes e fornecedores.

 

As linhas da GVT, operadora de telefonia que oferece serviços VoIP, por exemplo, permitem que o cliente tenha um número de telefone "local" em uma cidade, mesmo que a empresa esteja fisicamente localizada em outro município ou até mesmo outro país. Por enquanto, só é possível ter as linhas locais em oito capitais.

 

"Isso tem duas vantagens: a presença telefônica em uma cidade na qual a empresa não está fisicamente e a mobilidade, já que sua linha pode ser acessada de qualquer lugar", diz Paulo Humberto Gouvêa, vice-presidente corporativo da GVT.

 

Já a multinacional canadense Nortel instala um serviço de comunicação interna para empresas, que pode ter de quatro a 15 mil ramais e pode ser integrado ao PABX já existente. O sistema pode conectar filiais em diferentes cidades, reduzindo os gastos com ligações interurbanas.

 

"As empresas procuram a redução de custos, mas o VoIP não é só isso. Uma companhia também pode aumentar sua produtividade com o sistema. Um exemplo é um executivo que pode acessar seu ramal da empresa com o notebook conectado a uma rede Wi-Fi [internet de banda larga sem fio] para fazer ligações ou pegar suas mensagens", diz Inácio Freitas, gerente da Nortel.

 

A brasileira BestCom opera o serviço iVoz, que também permite que as diversas filiais de uma empresa falem entre si gratuitamente. As ligações para outras empresas que têm o iVoz também são gratuitas.

 

"Temos um cliente com três filiais e diversos clientes. Ele divulgou o iVoz para os clientes e vários adotaram o serviço, o que gerou redução de custos para todos", diz Rodrigo Smith, diretor de negócios do iVoz.

 

As empresas que prestam serviços de VoIP no mercado corporativo dizem que o segmento ainda é pulverizado, com muitas empresas pequenas aproveitando o baixo investimento inicial da tecnologia para entrar no mercado.

 

"Mas o mercado vai se consolidar e elas vão acabar sendo compradas ou saindo dele", diz Gouvêa, da GVT.

 

Na Nortel, que também instala sistemas de telefonia convencional, o segmento VoIP já cresce mais rápido que as outras áreas, diz Freitas.

 

Já Gouvêa vê, no futuro, a convergência dos serviços de dados (internet), voz e vídeo (televisão ou download de programas) usando a conexão de banda larga.

 

"Além disso, com a chegada do Wi-Max [conexão de banda larga sem fio que cobre uma grande área], o acesso à banda larga não vai mais depender da rede das telefônicas e operadoras de TV a cabo", afirma Gouvêa.

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheir...91u100458.shtml

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18/09/2005 - 09h41

Governo defende telefonia via internet

 

HUMBERTO MEDINA

da Folha de S.Paulo, em Brasília

 

O governo federal é a favor do uso da internet para ligações telefônicas --sistema conhecido com VoIP (voz sobre protocolo de internet, na sigla em inglês). De acordo com o ministro Hélio Costa (Comunicações), as teles devem procurar mais clientes nas classes de consumo C, D e E, porque a classe média, com acesso à internet, deve usar cada vez mais o VoIP, movimento que ele acha inevitável.

 

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) entende que não deve interferir nesse serviço, por enquanto. Na avaliação da agência, no futuro, com a disseminação da banda larga no acesso à internet, o VoIP pode aumentar a competição no setor de telefonia fixa.

 

"É inevitável [o uso do VoIP]. É o passo mais importante da telefonia nesses últimos dois anos", disse Costa à Folha. "Já é um fenômeno. Todas as pessoas que têm computador, que lidam com computador, sabem da existência dos diversos programas que fazem voz sobre IP [Protocolo de Internet] e os utilizam", disse.

 

"Isso reforça a teoria de que as empresas de telefonia fixa precisam começar a encontrar novos clientes, possivelmente nas classes C, D e E, porque as classes A e B dispõem do computador. E, se dispõem do computador, evidentemente estão migrando para voz sobre IP", afirmou. Para ter maior penetração nessas classes mais baixas de renda, segundo o ministro, as teles teriam que reduzir o valor da assinatura básica ou até mesmo acabar com a cobrança.

 

Ainda segundo Costa, o governo deve seguir o que é feito no resto do mundo com a internet e não interferir. "O governo tem que seguir o padrão internacional, da mesma forma que faz com a internet, que não é um serviço de comunicações", disse. "Eu sempre alerto as empresas [de telefonia] de que elas têm que começar a conviver com essa situação e encontrar novos produtos. A telefonia fixa tem que começar a desenvolver novos serviços", disse.

 

A Anatel optou por esclarecer, por escrito, seu posicionamento em relação ao VoIP. A agência ressaltou que "não existe um marco regulatório para VoIP no Brasil, assim como na maior parte dos países". Ainda de acordo com a agência, "o cenário regulatório vigente ainda é carente de normas específicas para disciplinar de maneira eficiente os serviços de voz sobre IP no Brasil".

 

Três cenários

 

Segundo a Anatel, há três cenários possíveis para a utilização de serviços VoIP. O que ela chama de "classe 1" ou "VoIP puro" é a ligação entre um computador e outro para transmissão de voz por meio de internet. Esse serviço é considerado pela agência reguladora como sendo de "valor adicionado à internet" e, portanto, não é regulado.

 

As outras duas classes envolvem o uso da rede pública. São casos como o uso de um computador para completar uma ligação para um telefone fixo, por exemplo. Nesse caso, é necessária autorização da agência.

 

Questionada sobre se a disseminação do VoIP teria levado as teles a fazer algum tipo de reclamação na agência, a Anatel informou que não. De acordo com a agência, "no futuro, a voz sobre IP com o uso de banda larga poderá constituir um mecanismo para aumentar a competição na telefonia fixa local". Nessa circunstância, a agência vai avaliar "como essa tecnologia afeta ou não o equilíbrio financeiro das concessionárias" de telefonia fixa.

 

A agência ressaltou que, "no Brasil, de um lado, a rede pública de telecomunicações sempre foi altamente regulada, e, de outro a internet sempre foi deixada livre do processo de regulamentação". Na análise da Anatel, o VoIP "faz esses dois mundos interagirem e é preciso cautela na análise e tratamento da matéria".

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheir...91u100459.shtml

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