Ir para conteúdo

POWERED BY:

Arquivado

Este tópico foi arquivado e está fechado para novas respostas.

DiMinas

Classificação de Gráficas

Recommended Posts

Vi esse artigo em um outro fórum e achei interessante compartilhar com vocês, pois reflete muito bem os tipos de gráficas na qual estamos sujeitos a mandar nossos serviços.

 

 

As Gráficas

 

Por Minás Kuyumjian Neto

 

Posso falar de cadeira, pois num dos períodos negros de minha vida profissional fui sócio de uma gráfica. E quem presta serviços de mídia impressa entende com clareza esta minha classificação. As gráficas se dividem em quatro categorias: as top de linha, as médias, as polivalentes e as bocas-de-porco.

Anedoticamente, as menos interessantes são as top de linha: caríssimas, especializadas em publicações tipo filet mignon, geralmente atendem a grandes agências de publicidade e editam uma revista promocional própria, que funciona como fogos-de-artifício para demonstrar suas firulas e capacidades técnicas. Com elas, não há quebra-galho possível:

– Faltou o fotolito da página 12, então interrompemos a montagem.

– Mas o filme já está pronto. Te mando já-já!

– Tudo bem, mas a montagem parou. Agora foi para o fim da fila.

Ou:

– Pelo amor de Deus, a revista precisa ser entregue dia 16. Tem um Congresso esperando!

– Não posso mexer no cronograma de impressão. Os filmes deveriam ter chegado dia 4 até às 18 horas. Está aqui na Ordem de Serviço. Mas chegaram dia 5 às 10 horas. Pela programação, foi para o fim da fila.

Atendimento do Inamps? Não. É a top de linha em ação.

Já nas gráficas médias existe mais jogo-de-cintura – e até deixam seu produtor circular pela área de produção!

– Sei que atrasamos com os filmes, mas dá um jeito aí e entrega a revista dia 16.

– Fica firme. A gente passa o teu serviço pra frente na fila. Aliás, dá pra mandar os fotolitos da capa pelo menos até amanhã à tarde?

E entregam mesmo, nem que sejam 200 exemplares “na frente” e, dois dias depois, o resto da tiragem. Sem falar que, na hora de fechar preço, fazem mil contas-de-chegar para pegar o serviço.

As polivalentes. Essas são um perigo: chutam com os quatro pés, não têm estrutura de custos, cobram conforme a cara do freguês. Se o cliente pede, por exemplo, orçamento para um informativo com 11 páginas – “confessando” sem querer que não entende nada do assunto –, claro que o preço dobra imediatamente, e eles completam a página 12 imprimindo linhas sob o título “Anotações”. E aceitam qualquer tipo de trabalho, de embalagem para caramelos a anuários sofisticados: depois, o que não conseguem fazer “em casa”, repassam para parceiros do mesmo time. No fundo, é mais ou menos como um bingo caseiro.

As bocas-de-porco... bem, entre nessa se você é indômito a ponto de, por exemplo, comprar um fusca 66 azul que já foi táxi. Elas topam qualquer parada e têm até – acredite – uma tipografia em anexo. Eventualmente, um cantinho para fazer carimbos. Preços lá em baixo, cauchu da impressora sustentado por um toquinho de madeira, uma Kombi para entregas com aviso escrito à mão no vidro traseiro: “Carretos”. Para qualquer dúvida sua, a resposta definitiva: “Num tem pobrema. Deixa comigo!”.

Mas, em que pese o fato inegável de que as gráficas são vítimas tradicionais como o somatório de todos os atrasos, todas elas (com exceção, claro, das top de linha) desenvolvem um decálogo de “argumentos” que justificam o fato de o trabalho não ter sido entregue no prazo. São clássicos do setor:

 

• O dia está muito úmido e o papel está “abrindo”.

• O impressor precisou levar a mulher no pronto-socorro às pressas.

• Deu problema na guilhotina e ela cortou o folheto bem no meio.

• A perua já saiu daqui há mais de uma hora. Deve ter enguiçado na Marginal.

• A dobradeira pifou e estamos dobrando tudo “na mão”.

• Com essa greve dos ônibus não apareceu ninguém do acabamento.

• A plastificação da capa enrugou, mas já estamos imprimindo de novo.

• Faltou papel, mas já arranjamos emprestado. Depois a gente acerta.

• O impressor quebrou o braço ontem e deu o maior problema aqui dentro.

• Você não vai acreditar, mas justo ontem apareceu aqui um fiscal.

 

E por aí afora.

Juro que até eu, no desespero, uma vez “justifiquei”: “É que fomos assaltados ontem. Estamos botando ordem na casa”. Mea culpa: o roubo era de verdade, mas feito de madrugada por pés-de-chinelo que nem tinham idéia sobre o que roubar numa gráfica.

 

__________________________________________________________

 

Este texto foi extraído deste link: http://www.lucianopires.com.br/idealbb/vie...p;searchstring=

E postado aqui no fórum com a autorização do autor.

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

Cara, muito bom, eu trabalho direto com uma gráfica "média" e já me quebraram muitos "galhos" provocados por clientes irresponsáveis, que acham que rodar 2.000 exemplares é a mesma coisa que imprimir um texto do word na jato de tinta.Eu tenho uma revista e vou te dizer, não tem nada mais legal do que acompanhar a impressão dela ali pertinho, falando com o impressor e vendo detalhe a detalhe. Claro não faço isso pra atrapalhar e nem acho q entendo mais do o impressor, mas é como diz o velho ditado: o olho do dono que engorda o gado.Estamos indo pra 6ª edição e mesmo recebendo propostas com valores menores pra rodar ela em outra gráfica, não vou levar meu produto pra uma empresa em que não posso passar da sala do atendimento. Afinal negociar preços e prazos com quem manda e atingir um acordo ideal é impossível de se fazer com um vendedor que só sabe o que a planilha de orçamentos diz.E como designer gráfico acho que é no setor de pré-impressão onde você dá uma sintonia fina no seu serviço, onde você descobre que determinadas opções dão melhor resultado que outras. A quantidade de "designers" que eu conheço e que nunca pisaram em um chão de gráfica pra saber como é o final de um trabalho que ele começou é enorme.B)

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

ae DiMinas, excelente o artigo, muito bom, morri de rir aqui.dentro do perfil do meu trabalho: gráficas top de linha para trabalhos mais elaborados (só que aqui eu entro no pq gráfico), gráfica média pra serviços médios (com toda flexibilidade citada no artigo), e às vezes umas "polivalentes" em trabalhos simples, mas com uma excelente margem de lucro e sem correr grandes riscos.a 4a. categoria não quero passar nem em frente....espero que nunca me descubram tb.aliás tem uma das polivalentes que nos últimos anos ouvi tanta estória que dobraria a lista citada das "desculpas".

Compartilhar este post


Link para o post
Compartilhar em outros sites

×

Informação importante

Ao usar o fórum, você concorda com nossos Termos e condições.