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Edultra

Rede de amigos vai definir rumos da internet

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Pergunte a Matt Mullenweg sobre o futuro da internet, e ele vai apontar para seus amigos da "vida real". Segundo o norte-americano de 25 anos, criador da rede de blogs WordPress, a confiança que temos nos contatos que conhecemos pessoalmente vai servir para filtrar a overdose de informação distribuída pela rede.

 

Em sua segunda visita ao Brasil, Matt falou para uma plateia de desenvolvedores de software neste sábado (20) em São Paulo, durante o evento CMS Brasil 2009.

 

Para o texano de Houston, o Brasil é um país "com energia". Os brasileiros, segundo ele, são responsáveis por 20 milhões de visitas do total de 200 milhões que os blogs WordPress contabilizam mundialmente. Segundo dados da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abranet), o Brasil tem cerca de 1 milhão de blogs hospedados no WordPress.

 

"Há 15 anos, o objetivo da internet era trazer informações, revelar o que não estava acessível", lembra Matt. Hoje, porém, o desafio é organizar tudo isso, explicou o jovem empreendedor que criou o WordPress aos 19 anos, em parceria com Mike Little.

 

Overdose e criatividade

 

"Temos muita informação, as pessoas estão sobrecarregadas", disse Matt, citando os milhões de posts novos e vídeos no YouTube que são publicados diariamente.

 

Com cada vez mais informação e dias cheios de compromissos, a tendência vai ser valorizar a rede de contatos - desde as pessoas que você segue no Twitter até os diversos recursos de integração e comunicação do Facebook.

 

"Os filtros são as pessoas que você conhece na vida real, e são filtros fantásticos", disse Matt.

 

Ele valorizou dois elementos principais para o sucesso de serviços na internet: simplicidade e liberdade de criação. "O que eu adoro no Twitter é isso: ele é uma caixa e um botão. Assim como era o blogger em sua primeira versão", comparou, lembrando que tanto o microblog quanto o serviço de blogs concorrente do WordPress foram criados pela mesma pessoa: Evan Williams.

 

Em seu notebook, que rodava a versão beta do Windows 7, Matt mostrou exemplos de sites que usam as ferramentas do WordPress para criar diferentes experiências na web. Ele citou sites de jornais norte-americanos, blogs pessoais e até a página do Ministério da Cultura do Brasil como bons exemplos de design e organização da informação.

 

Quando o WordPress foi lançado, em 2003, ele ainda não tinha muitos dos recursos que o tornaram popular hoje - como a personalização de temas e a incorporação prática de plugins. A plataforma ganhou diversas atualizações, representadas por codinomes "emprestados" de músicos de jazz, sendo a 2.8 ("Baker") a mais recente - lançada em 10 de junho deste ano.

 

Navegadores e comunidade

 

Matt mostrou bom humor ao interagir com o público e falou sobre navegadores de internet para exemplificar as mudanças na rede. Ele perguntou quantas pessoas ali usavam o navegador Firefox. Praticamente todos na plateia levantaram a mão. Em seguida perguntou quantos utilizavam o Firefox sem complementos (add-ons): silêncio no auditório.

 

Ele então comparou brevemente o navegador da Mozilla com o Internet Explorer, da Microsoft. "O que o Internet Explorer está fazendo é incorporar as novidades do Firefox. Eles podem copiar os recursos, mas não podem copiar a comunidade", disse, em referência aos complementos e plugins criados pelos desenvolvedores para o Firefox.

 

Matt respondeu a perguntas dos participantes sobre os próximos passos do WordPress e não escapou de críticas sobre a ferramenta. Ele reconheceu, por exemplo, que o sistema de buscas ainda é "terrível" - termo usado por um dos participantes.

 

Real e virtual

 

Matt conta que abandonou os estudos quando percebeu que seu interesse maior estava nos blogs e na tecnologia. Mudou-se de Houston (Texas) para San Francisco (Califórnia) e entrou em contato com o "novo mundo".

 

"Eu não ia visitar os locais turísticos, eu ia visitar o Yahoo", comparou. "Ia para um café e havia 20 pessoas discutindo blogs e programação. Talvez em toda a Houston você não encontrasse 20 pessoas falando sobre isso", brincou.

 

No início do WordPress não havia usuários, e Matt transformou seus amigos em "beta testers" para entender como a ferramenta poderia evoluir. Isso foi uma boa maneira de desenvolver a plataforma e torná-la maleável o suficiente para que as pessoas pudessem criar e adaptar o sistema a suas necessidades.

 

Foi adaptando e perseguindo seus interesses, afinal, que o jovem criou o WordPress e a empresa Automattic. Matt, que foi considerado uma das 50 pessoas mais importantes da internet em 2007 pela revista "PC World", nunca foi um programador. Ele estudava Ciências Políticas na Universidade de Houston e começou a desvendar os códigos da plataforma "b2" (que deu origem ao WordPress) para resolver questões de uma de suas paixões: a tipografia.

 

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interessante mesmo o caso do WordPress com a rede de amigos

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