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Mário Monteiro

Curitibanos criam perfil no Facebook para "dedurar" fiscaliz

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Curitibanos criam perfil no Facebook para "dedurar" fiscalizações no trânsito

Dimitri do Valle

Especial para o UOL Notícias

 

Um perfil chamado "Blitz Curitiba" foi criado no Facebook para "dedurar" as operações de fiscalização no trânsito e evitar que motoristas da cidade sejam parados. O perfil contém fotos e endereços dos locais das blitze clicadas e enviadas de celulares para ser compartilhadas com quase 2.000 "amigos" cadastrados. A divulgação é ilegal, mas no perfil os criadores defendem a difusão da informação para impedir flagrantes.

 

"Chegou a hora de usar a Internet a nosso favor! Já passou da época onde ela era usada apenas para se comunicar com amigos e receber fofocas. Agora, será a nossa maior aliada para desviar de batidas policiais inesperadas. Compartilhe fotos, mande endereços ou dê check-in no local onde se encontra a blitz. Vamos ajudar quem está dirigindo com a habilitação vencida, quem teve a CNH caçada e os adeptos às baladas", diz a mensagem, numa defesa direta à prática de vários crimes e delitos de trânsito que resultam em apreensão do veículo ou cassação da carteira de habilitação.

 

Posts recentes do site ilegal apontam que os frequentadores informaram a realização de blitze na noite desta quinta-feira, uma da Polícia Rodoviária Federal, no antigo trecho urbano da BR-116 (Linha Verde), e outra na rua Ubaldino do Amaral, na região central de Curitiba.

 

O perfil surge em um momento em que a polícia está aumentando o número de operações semanais em Curitiba, principalmente em regiões próximas a bares e casas noturnas. São pelo menos três delas a cada sete dias desde o final do mês passado. Somente no primeiro semestre deste ano, mil motoristas foram flagrados alcoolizados, segundo dados do BPtran (Batalhão de Polícia de Trânsito).

 

Por conta dessa quantidade de motoristas flagrados, o BPtran desencadeou a operação "Lei Seca" de intensificação das fiscalizações. As operações não têm data para terminar. O comando do BPTran informou que o site já está sendo investigado, assim como a identificação dos responsáveis por ele.

 

"A pessoa que cria um espaço desse acaba prestando um desserviço à sociedade. As blitze não são apenas focadas no trânsito. Elas servem para encontrar carros roubados e tirar de circulação pessoas que estão com mandando de prisão. Eu lamento que pessoas tenham esse tipo de cultura, já que o que a sociedade mais quer no momento é segurança", afirmou ao UOL Notícias o comandante do BPtran, tenente coronel Leomir Mattos de Souza.

 

Irregular ou não?

 

Marcelo Araújo, advogado especialista em direito do trânsito, afirma que se o site fosse criado para prestar uma informação sobre o que ocorre numa via pública, caso também das blitze de trânsito, não há problema em divulgar o fato.

 

"Não é uma operação confidencial pois ela está instalada na via pública", diz o advogado. No entanto, ele menciona também que o site pratica irregularidades ao defender que a difusão da informação seja para proteger motoristas em situação irregular (sem carteira ou frequentadores de baladas e bebedeiras).

 

"A informação da existência de algo que ocorre numa via pública, onde não existe o caráter da confidencialidade, já que está ocorrendo aos olhos de todos, é uma coisa. Mas com essa finalidade (de impedir a identificação de motoristas em situação irregular), é outra. Para proteger uma ilegalidade, você acaba se contrapondo aos demais usuários", afirmou o advogado.

 

Fonte: UOL Tecnologia

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